Ainda na minha última viagem ao sul, além de registrar a Festa de Torino, tive outro prazer: registrar uma tarde de “confecção” de Capeletti. Alguns kilômetros de distância do salão paroquial de Torino, fica a casa da Dona Eva, que faz capeletti com suas irmãs. Quem me convidou para participar foi uma de suas irmãs, Nona Odila, que também é avó da minha prima e prima da minha avó, por isso chamo de Nona também (parece confuso mas é isso mesmo, no interior da serra quase todo mundo é parente). Junto de Eva e Odila, ajudaram também a sobrinha Neide, além de outra irmã, a Natalina. Além das nonas com a mão na massa, aproveitei para mostrar um pouco também os arredores da casa e um pouco dessa realidade que faz parte da minha infância.
Capeletti (ou Agnoline para alguns) para quem não sabe é essa massa recheada de carne com formato de um chapeuzinho (que é exatamente o que significa capeletti em italiano). Essa é a sopa clássica da Serra Gaúcha, servida em quase todos os restaurantes, cantinas e cozinhas de todas as casas da região, principalmente no inverno, claro.
Eva e suas irmãs fazem capelettis não como um trabalho fixo ou em grandes quantidades, e sim apenas encomendas pequenas, para alguns poucos restaurantes e familiares/conhecidos. O que deixa tudo ainda mais especial e com muito mais cuidado, dedicação e atenção. Fazer capeletti é uma arte, uma tradição e um trabalho árduo, foram horas e horas e a quantidade de capeletti parecia não aumentar. Além de conseguir ver de perto esse momento tive a alegria de fechar meus próprios capelettis. Uma experiência gastronômica que vou levar pra vida.
Trouxe para São Paulo um pouco e fiz uma bela sopa. O caldo foi com a consultoria da minha vó, que já cozinhou pra mim aqui. Não ficou exatamente igual ao dela, porque comida de vó não é fácil de copiar, mas ficou excelente! Aconselho a todo mundo tentar fazer em casa.
A preparação dos capelettis acontece em duas etapas. Odila foi a responsável pela massa, com 33 ovos! Perguntei a quantidade de farinha e ela me respondeu: “Butta ai occhi”, ou seja, coloca a olho, como toda boa cozinha caseira de tradição, receitas praticamente não existem. Mas o resultado é uma massa bem elástica, o que ajuda a fechar os capelettis.
Já Eva fez o recheio, cozinhando pedaços de frango no fogão à lenha. Depois tudo é moído junto com fatias de pão caseiro “dormido”, e misturado com ovos e queijo ralado, e amassado muito e muito até virar uma massa bem consistente. Esse recheio é o mesmo que se come puro em formato de Pien. Bem salgado e temperado, com um gosto suave de frango, incrível. Ela me passou a receita e pretendo fazer em breve, assim que conseguir posto ela aqui também.
Depois dessa tarde fechando capeletti, minha admiração pelas nonas cozinheiras ficou ainda maior, assim como minha paixão pelos capelettis.
9 de abril de 2016 at 20:55
oi,
Tu tentou fazer os capelettis? Será que pode passar a receita – por favor?
4 de maio de 2016 at 13:25
Oi Didi. Infelizmente não tenho a receita dos capelettis. Mas um dia ainda vou fazer um caseiro bem gostoso e posto aqui.
25 de maio de 2016 at 11:59
Bom Dia,
Poderia postar a receita do recheio?
Ganhei minha máquina de macarrão de dia das mães. Já fiz reginelli… talharim… lasanha…
Mas ainda não me aventurei pelos Capelettis e Raviollis por falta de um recheio que realmente me chamasse a atenção.
Obrigada.
7 de junho de 2016 at 22:39
Oi Simone. Infelizmente não tenho a receita do recheio. É tudo feito tão a olho pelas Nonas que é difícil de conseguir anotar viu? Mas estou pensando em fazer um post especial com a receita do recheio, assim que conseguir uma receita boa. Fica de olho que uma hora aparece por aqui. Beijo!